Da roça ao mestrado: a história de superação do professor Romilson
Foto: Reprodução

Filho mais novo de um casal de lavradores da zona rural de Ibotirama, no interior da Bahia, o jovem professor Romilson Souza, de 28 anos, é protagonista de uma das mais belas histórias de superação através dos estudos.

Até os sete anos de idade, ele morou no povoado de Ilha Grande, em companhia de outros quatro irmãos. A vida difícil na roça fazia da família mais um número nas estatísticas dos vários nordestinos em situação de pobreza.

Romilson conta que cursou os ensinos fundamental e médio já na cidade, e os nomes das escolas permanecem na memória dele: Escola Professora Eduarda Soares e Colégio Castelo Branco, que anos depois faria parte da sua carreira profissional.

Depois de entregar jornais, ser aprovado em um estágio remunerado e trabalhar em um concurso temporário, o rapaz prestou  vestibular e tentou entrar na faculdade. O curso escolhido foi Geologia, mas a reprovação na prova de matemática adiou o ingresso no nível superior.

Anos mais tarde, ele fez o Enem e foi aprovado pelo Sisu em Matemática, no Instituto Federal da Bahia (IFBA) de Barreiras. Nessa época, o desejo de concluir a graduação quase foi interrompido pela dificuldade financeira. Faltava dinheiro para o aluguel, e o almoço chegou a ser pão.

No último ano da licenciatura, o então acadêmico foi aprovado para o mestrado em uma das universidades mais bem conceituadas do país, a Universidade de Brasília (UnB). Apesar do desejo em se tornar mestre, ele não tinha condições de custear os gastos necessários com a formação, e os estudos foram interrompidos.

Mas o ibotiramense não desistiu. De volta a Barreiras, passou em um concurso para professor substituto da Universidade Federal do Oeste da Bahia. Como docente da UFOB, a missão era dar aulas de matemática em vários cursos de graduação, inclusive Geologia, que ele não conseguiu ingressar por conta da reprovação no vestibular, especialmente na disciplina de exatas. 

Daí em diante, novas conquistas fizeram parte da trajetória do jovem professor. Já graduado, ele voltou a ser aprovado no mestrado, dessa vez na Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC), em Ilhéus, onde a formação segue em andamento. Além disso,  passou no concurso público para professor do estado e dá aulas no extinto Colégio Castelo Branco, em Ibotirama, onde há anos foi aluno.

A história do professor Romilson – negro, do interior e de família baixa renda – serve de exemplo para inúmeros jovens que também querem vencer na vida pelos estudos. No caso dele,  segundo diz, o principal estímulo foi a vontade de mudar o destino e ajudar a família. O mestrando afirma que todos podem conseguir, basta definir um objetivo e lutar por ele. 


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