Diante de uma galeria com mais de 60 trabalhos expostos, no centro de Ibotirama, Lamartine Araújo (70) relembra como surgiu o interesse pelo desenho em grafite: rabiscando calçadas, ainda na infância.

Não demorou muito para que os traços ficassem mais fortes, e os desenhos ganhassem formas profissionais. As criações seguiram até a década de 70, período em que o trabalho foi temporariamente interrompido.

“Passei anos sem desenhar. Nesse tempo, cheguei a trabalhar com pinturas de parede e letreiros. Só voltei com o grafite em 2017”, explica o artista.

Lamartine também diz que, desde quando retornou, nunca ficou um dia sem rabiscar. Ele mostra, com orgulho, os carvões, os lápis e todo o material cuidadosamente guardado no ateliê.

Atualmente, o acervo reúne obras realistas de pessoas populares na cidade, como políticos, artistas e outros. Mas também há espaço para famosos nacionalmente, a exemplo do presidente Jair Bolsonaro e o ministro Sérgio Moro.

Para Lamartine, que é formado em História e Filosofia, mesmo não tendo retorno financeiro, já que boa parte dos grafites é dada de presente às pessoas desenhadas, a atividade tem uma grande importância em sua vida.

Em frente ao rosto de Ayrton Senna, desenhado por ele no computador, técnica que aprendeu nos últimos anos, o desenhista afirma que é na arte que ele se realiza e onde quer continuar por muitos anos.