Da descoberta à cura: professora de Ibotirama conta sua trajetória de amor, fé e luta contra o câncer de mama
Foto: Arquivo Pessoal.

Diagnosticada com um câncer de mama aos 34 anos, a professora Mirineide Santiago, de Ibotirama, na região Oeste, conta como foi enfrentar a doença até ficar totalmente curada.  Cerca de quinze anos depois, ela se emociona ao contar detalhes sobre a descoberta do tumor, o apoio da família e as sessões de quimioterapia. Veja abaixo a entrevista exclusiva para o Gazeta 5:


Gazeta 5:  como a senhora descobriu o câncer? 

Mirineide: descobri realizando o autoexame. 

Gazeta 5: qual foi a reação? 

Mirineide: fiquei paralisada. Ouvi do mastologista que tinha dado algo na biópsia. Ele pediu para que ficasse tranquila. Na hora, desabei! Pensei na ausência da vida dos meus filhos e chorei muito. Depois isso, criei coragem e contei aos meus familiares.

Gazeta 5: do que mais a senhora teve medo?

Mirineide: tive medo de que a doença estivesse em estágio avançado, sem possibilidades de tratamento.

Gazeta 5: como foi a decisão de lutar contra o câncer?

Mirineide: me enchi de fé em Deus, ao meu lado tinha um exército de pessoas na torcida, pais, esposo, filhos, irmãos e amigos, e eu precisava ser forte. Nesse período, precisei mudar de cidade por conta do tratamento.

Foto: Arquivo Pessoal

Gazeta 5: quanto tempo durou o tratamento?

Mirineide: a primeira fase durou 10 meses, entre a mastectomia radical, 07 sessões de quimioterapia e 30 sessões de radioterapia. Depois disso, na segunda fase, passei a tomar a quimioterapia oral através de comprimidos.

Gazeta 5: qual foi o momento mais difícil?

Mirineide: foram vários. A princípio, a reação do corpo à quimioterapia. Lembro de uma situação em que, depois da primeira sessão, acordei com meu filho caçula fazendo carinho na minha cabeça, e a mãozinha dele se encheu de cabelos. (lágrimas).

Foi aí que decidi passar a máquina zero na minha cabeça para evitar as quedas constantes. No dia, toda a minha família acompanhou.

Foto: Arquivo Pessoal

Gazeta 5: a senhora teve receio da nova aparência?

Mirineide: de forma alguma! Optei por não usar peruca,  e não tive dificuldades em tirar o lenço em alguns momentos. Sou vaidosa, e ficar sem cabelo não impediu de dar o meu melhor no meu visual. (risos)

Gazeta 5: em algum momento pensou em desistir?

Mirineide: nunca!

Gazeta 5: depois de quanto tempo de tratamento a senhora recebeu a notícia de que estava curada?

Mirineide: só fiquei mais tranquila depois dos 5 anos, período crítico para a volta da doença.

Gazeta 5: como foi saber que tinha vencido a luta contra o câncer?

Mirineide: foi um momento de muita gratidão a Deus. O câncer me fez refletir sobre o valor da vida, diferenciando o que é supérfluo e enxergando o que é essencial para nossa felicidade.

Gazeta 5: o que foi mais importante durante a fase não tão boa?

Mirineide: foi importante perceber que a vida não está em nossas mãos. Descobri que era frágil e pequena, porém tive muita fé no dono da vida, fui totalmente dependente de Deus.

Gazeta 5:  o que mudou na vida da senhora?

Mirineide: família se uniu ainda mais, ganhei novos amigos e me aproximei  dos que já tinha. Também me tornei corajosa para enfrentar as diversidades. Hoje, não me vitimizo com qualquer coisa. Vivo a vida com propósito e alegria

Foto: Arquivo Pessoal.

Gazeta 5: que conselho daria para as mulheres que estão enfrentando a doença atualmente?

Mirineide: lutar é a única e válida escolha. Peçam a Deus força e sabedoria para enfrentar os dias de dores e desconforto. Visualizem-se curadas e não desistam, POR VOCÊ, PELOS FILHOS E POR TODOS QUE AMA!

“Façam de sua luta um instrumento de evolução para você e para quem te rodeia”. (Isaías 43:2)

 

 

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