O ministro Sérgio Moro anunciou em coletiva de imprensa, nesta sexta-feira (24), a sua demissão do Ministério da Justiça e Segurança Pública.
Durante o pronunciamento, o ex-juiz explicou sobre interferências do Poder Executivo em operações do Judiciário. Ele lembrou que na época da Lava-Jato, mesmo com um governo envolvido em escândalos, a PolÃcia Federal teve autonomia.
Moro destacou o convite ao ministério, em 2018, e disse que foi acertado o compromisso de combate à corrupção e a carta branca para nomear assessores. Ele negou a condição de aceitar o cargo como forma se ascender ao STF.
O anúncio da saÃda do governo aconteceu após o levantamento sobre as ações desenvolvidas pelo ministério nos últimos meses.
Depois disso, Sérgio Moro confirmou que a decisão dele está ligada a saÃda do diretor da PolÃcia Federal, MaurÃcio Valeixo, que foi demitido por Bolsonaro.
“Não é a questão do nome, o grande problema dessa troca é a violação de uma promessa de carta branca, a falta de uma justa causa e uma interferência na PolÃcia Federal, o que gera uma desorganização”, disse Moro.
Ao final do pronunciamento, Moro disse que o presidente queria alguém que fornecesse a ele informações e outros dados de processos, o que é contraditório à função da PF.
De todo modo, o ex-ministro agradeceu ao presidente da República e afirmou que vai encaminhar a carta de demissão. Ele desejou que seja feita uma escolha técnica, sem interferências polÃticas.