Prefeito de Ibotirama, Terence Lessa concede entrevista um ano após sofrer paralisia facial
Foto: Reprodução

Um ano após ter sofrido uma paralisia facial, o prefeito de Ibotirama, Terence Lessa, concedeu entrevista ao site Gazeta 5 para falar sobre o episódio. Entre outros assuntos, o gestor relembrou o momento em que apareceram os sinais, o afastamento da prefeitura por conta do tratamento e os passos para a recuperação. Veja o que ele disse abaixo.


Há um ano, o senhor passou por um dos momentos talvez mais difíceis da sua vida. Como está a sua saúde hoje em dia?

Em primeiro lugar, quero dizer que é sempre um prazer ser entrevistado por esse veículo que tem contribuído bastante com a nossa região.  Em relação ao ocorrido comigo há um ano, graças a Deus, hoje me sinto praticamente 100% recuperado. E me serviu de lição, claro que da pior maneira, porém me tornei um ser humano ainda melhor, mais consciente dos meus limites e mais cuidadoso com a minha própria saúde.  Momentos como esse nos ensinam a dar mais valor à  vida, aos nossos amigos e sobretudo à nossa família.

O senhor se lembra do que aconteceu no momento em que teve a paralisia facial?

Eu acordei bem, normal, mas, ainda no decorrer da manhã, comecei a sentir um incômodo no olho, que eu achava ser algo relacionado à visão, apenas. Só me dei conta de que alguma coisa estava errada quando fui beber água e o líquido derramou em mim. Foi daí que eu percebi que não estava conseguindo ter controle sobre um lado do meu rosto.

O senhor chegou a ter medo na hora? Fazia ideia do que poderia ser?

Medo não. Mas nessas horas passa muita na cabeça da gente.  Quando se é jovem, a gente pensa que tem uma vida inteira pela frente. Nunca achamos que a nossa vida pode ser interrompida a qualquer instante. Então, quando passamos por um fato desse tipo, sentimos não ter dado mais valor a determinadas coisas que são essenciais na vida de qualquer ser humano. Na ocasião, muita coisa me ocorreu. Imaginei morrer, imaginei ficar debilitado, ter sequelas, enfim…até chegar um diagnóstico que nos tranquilizasse um pouco. E o primeiro deles foi dado em Barreiras. Depois, fui encaminhado para Salvador para fazer outros exames.

Momento em que o prefeito foi levado para Barreiras. (Foto: Reprodução)

Após exames mais precisos, tanto eu quanto os médicos passamos a ter maior esclarecimento sobre o caso, pois, até chegar lá,  eram apenas possibilidades.

Já sabendo da gravidade da situação, o senhor teve medo do problema não ter cura?

Não. Os médicos me disseram que eu só precisava ter paciência para fazer o tratamento, disciplina e que eu teria que fazer algumas mudanças em meus hábitos de vida dali em diante.

O senhor chegou a se afastar da prefeitura por conta do tratamento. Durante quanto tempo?

Quase um mês, que foi a fase mais grave,  em que eu não conseguia nem me comunicar direito. Depois, retomei as atividades, mas fiquei indo e voltando para não interromper o tratamento, nem faltas às revisões e avaliações dos profissionais que estavam me acompanhando.

O prefeito durante o tratamento em Salvador. (Foto: Reprodução)

Como ficou a administração da cidade nessa época?

Graças a Deus, temos uma grande equipe. O nosso vice-Prefeito Nonô nos deu todo o suporte. E conseguimos manter os trabalhos com a mais absoluta normalidade.

O que foi mais importante durante todo o processo de recuperação?

O apoio e carinho dos meus amigos e da minha família. Eles foram muito importantes na minha recuperação e para que eu mudasse muita coisa em minha forma de ver a vida e em minhas mudanças de hábitos.

A doença alterou de alguma forma a rotina do senhor?

Sim. Hoje, vivo mais intensamente cada momento. Estou mais próximo das pessoas que gostam verdadeiramente de mim. Dou mais valor à minha própria vida. Cuido um pouco mais da minha saúde.  Estou mais paciente, menos ansioso e muito mais tolerante.

Como vê a vida atualmente?

A vida, pra mim, é uma passagem. Penso que a gente precisa respeitar as diferenças de opiniões, opções políticas, ideológicas e saber que por trás de toda pessoa, seja ela um político, um empresário, um artista, há sempre um ser humano, pai de família, um filho que tem alegrias, tristezas e que também tem as suas fraquezas.

Há cerca de dois anos para o fim do mandato, o que planeja para o futuro? Pretende continuar na vida política?

A vida tem sido muito generosa comigo. Os meus grandes sonhos já pude realizá-los. Ser prefeito e ser pai.  Sou muito feliz e grato a Deus e ao povo da minha cidade por tudo isso.

Terence Lessa ao lado dos dois filhos e da esposa, Dominique Teixeira. (Foto: Reprodução)

Meu dever agora é lutar até os últimos dias do meu mandato para poder concluir tudo aquilo que almejamos. Sei que ainda existem muitas coisas para serem feitas e, infelizmente, temos que conviver com essa crise que não ajuda. Mas não vou ficar lamentando. Vamos lutar até os últimos dias para trazer obras e serviços que possam melhorar ainda mais a vida do meu povo.  Esse é o meu dever enquanto prefeito de todos os Ibotiramenses.  Quanto ao futuro na vida pública, isso não é uma coisa que eu tenho como meta de vida. Prefiro focar no meu trabalho enquanto prefeito e poder passar o bastão para alguém que esteja preparado para enfrentar os desafios que o mundo nos impõe, que tenha compromisso de trabalhar pelo desenvolvimento da nossa cidade, que tenha um mínimo de experiência e preparo para conduzir uma gestão, pois, para ser prefeito, não basta ser político, bom moço, ou estar bem intencionado. É preciso ser gestor, ter disposição e conhecimento para administrar e encontrar soluções para os mais diversos problemas que enfrentamos diariamente.  É isso que eu realmente desejo para o meu povo.  Que a gente possa continuar evoluindo e avançando. Muito obrigado pela oportunidade.

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